sábado, 15 de maio de 2010

É uma menina!

26,4 cm, 315g, 21 semanas


           “Já dorme e acorda, já se movimenta e já está com os 5 sentidos desenvolvidos”

Ela estava chupando o dedo, mas a médica não tirou a foto


Ainda na ecografia passada tivemos uma revelação: é uma menina! Pra variar, chorei... e chorei muito. Eu achava que era um menino, e sinceramente, eu torcia pra que fosse um menino. Por que? Eu achava que a relação e a aceitação do pai seria melhor se fosse um menino. E ele me consolou. Disse que nenhum de nós dois amaria menos aquela menina!

Em mais uma das tentativas de me animar, minha mãe me levou a várias lojas de bebês pra que eu escolhesse.. no final comecei a chorar muito e aceitei o que ela me disse que era o melhor. Essa brincadeira de casinha tava indo longe demais, eu começava a tentar acreditar que era verdade, mas me acabava de chorar cada vez que isso acontecia.

A minha mãe parece estar empolgada. Pra mim, exageradamente empolgada. E essa empolgação me atropela. Sei que ela só quer me ver feliz, mas sinceramente, eu preciso de tempo! Mas que tempo? Daqui há uns meses essa criança está aí.. ai!

Minhas aluninhas do ballet fizeram uma festinha de boas-vindas pro bebê! Eu confesso ter adorado o carinho, e me espantou a felicidade delas em eu estar grávida. É tão incrível como na cabeça das crianças não passa nenhuma preocupação! Todas elas me deram presentinhos, dançaram, riram, fizeram carinho na minha barriga. E sinto que foi das primeiras vezes que não me senti criticada, julgada... essa inocência infantil me balançou, e me fez não querer me afastar das minhas aluninhas, elas foram um conforto pra mim, foram um lugar seguro longe do mundo real!

No mundo real, eu olho pro espelho e não me reconheço... essa barriga não é minha, não pode ser minha. Tenho medo do olhar de todos. Tenho medo do julgamento de todos. Fiz errado, eu sei, mas a maior culpa que eu sinto está na minha cabeça. Às vezes chego a me empolgar com as roupinhas, sapatinhos, com a mudança do quarto, mas quando me dou conta que isso não é uma brincadeira da minha infância, me bate um desespero.

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